Interesses como gosto musical unem pessoas e movimentam segmentos antes mesmo do surgimento da internet. A tecnologia no entanto, expandiu as possibilidades e nos últimos anos as plataformas de streaming de música tem alcançado, no mesmo ambiente digital, pessoas de todo o mundo.
Com o crescimento no número de assinaturas que vão de planos mensais à anuais, há segredos de ouro por baixo desse arco-íris criado pelos aplicativos de música que se mostram essenciais à indústria fonográfica. Como, quais são os atrativos melódicos responsáveis por encantar os usuários? E, quais são as marcas que estão nos holofotes entregando mais do que música, mais entretenimento e conexão social entre os ouvintes?
A disputa por quem reúne mais assinantes promete milhões, exclusividade de lançamentos, programas e pacotes com outros serviços diversos. E entender as expectativas do público, assim como seus interesses e tendências pode ser o estilingue que coloca sua marca como número 1 na próxima escolha do grupo que monta sua playlist para o churrasco, dá play na seleção de músicas para faxina ou quer montar o clima perfeito para o date.
Coloque os fones, escolha sua música de leitura e venha conferir os insights que a STILINGUE oferece sobre o mercado de streaming musical.
Contexto da análise:
O presente estudo sobre o consumo de música em streamings observa as discussões sobre o período de 11 de abril de 2020 a março de 2022. A plataforma coletou quase 1 milhão e meio de publicações sobre o universo musical em Streams.
A pesquisa extraiu do Twitter boa parte da percepção dos ouvintes, foi na rede social que se concentrou o foco das discussões. As plataformas por onde os usuários também se expressaram com relevância foram: Youtube e Portais.
No panorama de publicações distribuídas ao longo do tempo, duas datas se sobressaem às demais por um pico de publicações chamando a atenção para o assunto discutido. O primeiro deles, em 02/12/2020 com 12.784 publicações e o segundo em 01/12/2021 com 15.065 postagens.
O fator que desencadeia a agitação nas redes sociais nesses períodos é a retrospectiva do Spotify. A ação é capaz de expandir a própria plataforma e alcançar outras redes sociais como, Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp gerando interação entre os usuários que comentam sobre seus gêneros musicais de destaque, podcasts e artistas que se destacaram no ano.
Os usuários se divertem com os resultados e fazem da ocasião a oportunidade de brincarem com situações como o ingresso na faculdade. “Minha meta pro próximo ano é ‘marcha do vestibular’ ser a música mais tocada do meu spotify do tanto que eu vou colocar no dia do meu churrasco de aprovação”. brincou, a usuária do Twitter em 2021.
Dentre os termos mais citados se destacam também ‘Música’, ‘Ano’, ‘mais tocadas’ e ‘redes sociais’. Com a agitação do acontecimento, outras marcas ganham visibilidade nas discussões como, Deezer, Soundcloud e tidal.
A realidade no consumo de streamings mudou, movidos pela permanência maior em casa e pela busca de entretenimento que substituísse a rotina fora do lar impossibilitada pela pandemia, alguns serviços mostraram evolução ao decorrer do tempo como o fenômeno que ocorre no consumo de podcasts. No ano de 2019 registramos um total de 840 publicações com o tema, no ano seguinte houve um aumento de 44 vezes mais menções à podcasts, chegando a 38 mil publicações. Para o serviço, as plataformas que sobem o pódio são Spotify (90%), Deezer (11%) e Soundcloud (5%) .
Gráfico de publicações por grupos em STILINGUE War Room.
Ao criar uma conta em uma plataforma de música, o usuário também tem buscado por informação e cobrado das plataformas posturas diante de questões sociais. Ilustra isso o tema da pandemia ter surgido em pouco mais de 13 mil publicações, costurados a temas como, quarentena, covid19 e coronavírus.
Em evidência dessa postura cada vez mais exigente dos ouvintes, notamos um pico de publicações em janeiro de 2022 onde o Spotify era pressionado a remover conteúdo que disseminava a desinformação sobre a vacinação. Outra marca diretamente relacionada ao assunto foi a Deezer, sugerida pelos usuários como plataforma de informação sobre o assunto.
Os brasileiros que consomem streaming também atribuem peso a assuntos relevantes socialmente. A busca por equidade de gênero e mais representação nos espaços sociais também é pauta na seleção de plataformas pelos ouvintes. O público mostra que seu consumo também é politizado e, na internet, ecoam sua voz por representativa e diversidade.
Na busca pelo tema LGBTQI+ termos como, ‘Gay’, ‘Drag’ e ‘músicas gay’ são expressivas pelos usuários, assim como o uso das hashtags sobre o movimento como, ‘pride’ e ‘diversidade’.
No entanto, há uma quantidade considerável de publicações com sentimentalização negativa que chamam a atenção. As interações cobram pela inclusão de mais músicas e artistas da secção. Outro público que faz reivindicações semelhantes são os fãs de K-pop – estilo, também musical, da cultura coreana. Onde as plataformas, na visão de seus inscritos, parecem não disponibilizar o acervo do gênero para reprodução.
Assim como os artistas manifestam suas posições por meio de letras em suas músicas e declarações públicas, as plataformas têm sido cobradas pelos usuários a se manifestarem diante de causas como, o combate ao racismo e o incentivo à igualdade de gênero.
Plataformas de streamings nos últimos dois anos assumem visibilidade semelhante a outras redes sociais como, Facebook e Instagram, integrando protestos e campanhas sociais. Em junho de 2020 aconteceu o ‘Blackout Tuesday’ manifestação que uniu, nas redes sociais, famosos e anônimos publicando fotos com fundo preto após o assasinato de um jovem negro no Estados Unidos.
O Spotify, Deezer e Bandcamp se destacam por apoiarem o movimento seja com a disponibilização de playlists que denunciam o racismo e celebram a cultura afrodescente, arrecadações de fundos e alterações no layout da plataforma.
Comportamento semelhante acontece quando o assunto é gênero. As playlists sobre empoderamento feminino e podcasts que fomentam discussões informativas sobre o combate à violência doméstica são atrativos para a escolha de suas plataformas. Empresas que propõem o espaço para que mulheres divulguem cada vez mais seus trabalhos e possam ser ouvidas sem a seleção de alguma editoria, por exemplo, somam positivamente aos ouvintes.
Spotify é menção de destaque, lembrado por iniciativas como a criação de playlists ‘equal’ que reúne somente vozes femininas nacionais e globais. E, também, por iniciativas que revelam cantoras mulheres em cada país. Termos como, ‘Equal’ e ‘Conquistas’ se sobressaem nas menções.
O público feminino, inclusive, tem maior presença nas publicações em geral (55%) em relação ao gênero masculino (43%). Homens e mulheres compartilham os mesmos interesses que, são distribuídos por música, artes e entretenimento.
A intercessão por estilo musical aproxima os gêneros quando a escolha é por consumir ‘Pop’ e ‘Brega’. O público feminino segue a tendência demonstrando interesse também por escolhas como ‘K-pop’, ‘funk’ e se diferencia por trazer para o destaque o tema ‘hino’ . Já o segmento masculino se desiguala por elencar temas como ‘rock’, e ‘forró’.
Serviços e atrativos:
Spotify (89%) é o líder em menções, destaques, comparações e indicações. Seguido por Deezer, Soundcloud e Tidal. Youtube music e Apple music tiveram pouca relevância porcentual nas conversas. O destaque nas preferências dos ouvintes se mantém à frente também quando o assunto é reclamações. Spotify (88%), é citado por bugs constantes em reproduções de músicas, baixa usabilidade intuitiva e prática na experiência dos usuários na plataforma, por manter programas com opiniões anti-vacina e, também de alguns públicos que sentem falta do trabalho de seus artistas na plataforma.
Bônus: O Impacto da Anitta na plataforma do Spotify:
A Globalização, possível pelo streaming, permite que artistas nacionais tenham seus trabalhos conhecidos à quilômetros da própria nação. E dessa vez, não por um grupo específico ou produtores, por exemplo, mas por usuários que vão de curiosos à fãs internacionais. Pelas plataformas de streaming é possível descobrir músicas novas e populares ao redor do mundo. Em março (25), Envolver, o reggaeton lançado por Anitta em novembro de 2021 assumiu o 1º lugar no ranking das mais ouvidas do mundo no Spotify. A brasileira trouxe para o país e, América do sul, o título de primeira latina com esse alcance solo.
Analisamos os assuntos comentados no período em que o Spotify avaliava as reproduções dentro da plataforma para a votação e pudemos perceber o impacto da artista nas menções à marca. Foram analisadas pouco mais de 11 mil publicações que, somente, mencionam o nome da artista vinculado ao streaming.
Gráfico Termos Correlacionados em STILINGUE War Room.
Nos termos relacionados à artista e, também, na rede dos assuntos comentados, a marca que promove a disputa é constantemente associada e citada.
Conclusão:
Pudemos comprovar que os modos de consumir música, assim como os meios para tal passaram por mudanças significativas, mas fomos além. O uso que os usuários têm feito das plataformas de streaming também têm escapado ao escopo e se transformado. Alinhado às redes sociais, observamos que as empresas não escapam às pressões e posições de seus inscritos e, por meio das próprias mídias, conquistam notoriedade e relevância.
Estar com ouvidos atentos às falas e interesses do público na internet é o recurso do momento que coloca sua marca no topo da lista como a mais acessada.
A STILINGUE te aproxima dos seus usuários e pode ser sua parceira para entender o que precisam.
Venha testar nossa inteligência! 😉
