Entretenimento é algo presente na vida de todos nós, seja lá qual for o seu formato favorito, todos estamos imersos neste mundo de possibilidades. Programas de televisão, esportes, filmes, músicas ou jogos eletrônicos. Basta imaginar, pois em algum lugar do mundo existirá uma opção que vai te chamar atenção. Conteúdo que consegue conectar contigo e vai te deixar pensando sobre por horas ou dias. Qual o motivo dessa conexão?
Muitas coisas podem chamar atenção, mas a representatividade é de longe um motivo de conexão fácil. Perceber que você não está sozinho, existem sim pessoas vivendo momentos semelhantes e te representando nas telonas ou nas telinhas.
Levantamos aqui alguns dados sobre a representatividade da cultura e universo LGBTQ+ dentro de diversos tipos de entretenimento. Queremos ver onde nossos representantes estão brilhando, gerando conteúdo e servindo de exemplo para toda uma nova geração!
Historicamente, muito se representava este público em formato de comédia ou em busca de tolerância, mas hoje estamos mais focados em aceitação. Estamos aqui, não vamos embora e precisamos de respeito a toda nossa diversidade. Sim, representatividade importa!
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis, Transgêneros e Queer+. Onde será que está todo este arco-íris?
Definitivamente mais representados no Twitter, 82,1% das publicações contendo termos da sigla LGBTQ+ foram feitos nesta rede social. Seguido por portais de notícias (5,4%) e publicações do Instagram (4,3%). Dentre os grupos, publicações sobre Gays foi o que apresentou maior volume de publicações, com 66,06%. Seguido por Lésbicas (17,35%) e Transgênero (13,17%).
Criamos alguns temas pensando em diversos tipos de entretenimento. Por esta divisão, Música e Filmes tiveram a maior parcela de postagens, seguido por seriados. Na matriz, conseguimos ver a representatividade de cada grupo comparado a cada tema:
Lésbicas
Focando nas pouco mais de 55 mil publicações sobre mulheres que amam mulheres, tivemos uma grande relevância para o canal de youtube Censuradas ! e o Twitter @todasapaja.
Dentre os principais termos mais usados, tivemos uma alta do termo Sapatão (25,82%) e diversas sugestões de filmes com temática Lésbica. Achamos uma conversa bem bacana sobre filmes sapatônicos para ver na quarentena e diversas menções sobre um novo filme de comédia romântica (Você Nem Imagina) e documentário (Secreto e Proibido) da Netflix:
Como falar de Sapatão e não falar de Ana Carolina, não é mesmo? A cantora fez sua primeira Live no dia 15 de maio e gerou mais de 11 mil publicações, principalmente usando sua hashtag oficial (#LiveAnaCarolina). Já podíamos prever, mas os dados confirmam: Ana Carolina e Chiara é impossível de não se apaixonar. O casal foi um dos principais assuntos, principalmente por seus olhares apaixonantes.
Transgênero
Mesmo em meio a muitas notícias de violências contra pessoas trans, o grupo com palavras do mundo T, também foi responsável por coletar muitos conteúdos de pessoas trans representando em diversos ramos de entretenimento, principalmente música, filmes e teatro.
Tivemos 43.523 publicações sobre Transexuais, Travestis e Transgêneros. Com o grande destaque para o ramo da música, tivemos como mais mencionadas as cantoras Urias, Linn Da Quebrada e Pepita. Principalmente falando sobre novas colaborações e participações em lives:
Já no tema de esporte, podemos acompanhar uma discussão sobre a participação ou não de pessoas trans em categorias profissionais. Nas publicações em que conseguimos identificar o gênero do autor, temos a grande maioria feita por homens (55%) e com maioria de sentimentos negativos (33%):
É quase que impossível falar de orgulho sem mencionarmos uma inspiração e motivadora do movimento do orgulho, Marsha P. Johnson. Dentre as narrativas abordando pelo ativismo Trans, seu documentário foi um dos mais mencionados:
Gays
Ao analisar o grupo de coleta com os termos voltados para o público Gay, há um movimento curioso: o pico de publicações foi 29 de maio:
Algo em mente? Sim, o grande retorno de Lady Gaga à farofa do Pop. Tão aguardado por toda a comunidade, acabou gerando mais de 279.4K tweets no Twitter (Fonte: https://getdaytrends.com/brazil/trend/%23Chromatica/) e um grande impacto em nossa pesquisa.
Com destaque para suas parcerias (Ariana Grande e BLACKPINK) e a magnífica transição entre as faixas de Chromatica II para 911, que deixarei disponível aqui caso ainda não tenha escutado.
***Alerta Spoiler***
Algo que também não poderia ficar de fora de nossa pesquisa é o que pode ser considerada as Olimpíadas do mundo LGBTQ+, sabe o que estamos falando? Sim, RuPaul’s Drag Race. Sobre o assunto, tivemos 84.726 publicações coletadas e a maioria vinda do Twitter (97%). No período da pesquisa, tivemos uma temporada do programa oficial e ainda o anúncio do All Stars 5, versão em que participantes voltam para tentar mais uma vez entrar para o Hall da Fama de Drags ganhadoras. Temos aqui as mais mencionadas na pesquisa:
Pesquisando pelas hashtags usadas na final da décima segunda temporada em nossa base de dados, tivemos 997 coletas para #TeamJaida, 935 para #TeamGigi e 863 para #TeamCrystal.
Algo bem interessante que pudemos notar é o nascimento e utilizações de novas gírias virtuais, principalmente de YAG. O termo chegou a ter mais de 219 mil publicações no período da pesquisa e entre as publicações com maior número de interações, achamos a própria explicação do termo:
E você já falou com a sua Yag preferida hoje?
Bissexual
Seria a bissexualidade a habilidade de amar demais ou apenas amar sem a barreira do gênero? Bom, cada um tem a sua definição. Uma coisa que conseguimos captar é que temos uma maioria Feminina (65%) falando sobre o assunto. No gráfico Onde estão falando, que exibe a localização (de publicações públicas e com check-in) e distribui no mapa do Brasil, conseguimos ver uma maior incidência de termos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará.
Tia Má (humorista e jornalista), aproveitou o dia internacional contra a LGBTFobia (17 de maio) para mandar um recado para todos que não entendem e não respeita as escolhas das mulheres bissexuais:
Mesmo como um dos grupos com menor coleta, podemos achar a maioria de representantes no mundo da música e principalmente do público feminino. Nas publicações presentes, a cantora mais mencionada foi a Ludmilla. Recém assumida como bissexual e casada com Brunna Gonçalves, lançou seu tão esperado EP, descrito como pagode bissexual.
Poucas menções direcionaram para homens bissexuais, entretanto achamos um vídeo bastante informativo em que Gabriel Rodrigues conta a sua história de quando se assumiu:
Ufa, bastante coisa né? Estamos em tempos difíceis e muito ainda precisa ser feito, mas fico muito feliz de poder fazer uma pesquisa sobre nossas siglas e achar tanto talento, definitivamente saímos do armário. É mais que notável a evolução na tal representatividade, tanto pelas pessoas mencionadas aqui ou tantas outras!
A luta continua, muito ainda deve ser feito mas estamos por aí, em todos os lugares. Agarre suas bandeiras e aproveite o mês do Orgulho.