Como será que funciona a acessibilidade urbana no Brasil?
Uma das frases mais famosas do cinema hollywoodiano já mostrava que o futuro dos meios de transporte sempre despertou curiosidade nas pessoas.
Mas será que teremos carros voadores em 20 anos?
Os carros irão dirigir sozinhos?
Serão descobertos novos tipos de combustíveis?
Teletransporte de pessoas é só ficção?
Independente destes questionamentos (uns mais imaginativos que outros), o estudo da forma como os cidadãos se locomovem no dia a dia é de extrema importância.
Uma vez que o movimento sempre esteve no DNA humano, a forma como a população experiencia a cidade pode trazer sensações desde extremamente dolorosas e estressantes até prazerosas e satisfatórias.
Segundo Diego Hernández, especialista em transportes públicos e mobilidade urbana e professor da Universidade Católica do Uruguai, a mobilidade urbana é um sistema que existe para satisfazer as necessidades das pessoas nos deslocamentos.
Dados recentes mostraram que no Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 80 mil usuários utilizam diariamente o VLT Carioca. Destes, 70% opta pelo modal para chegar ao trabalho.
Inegavelmente, a linha 11 Coral da CPTM de São Paulo foi apontada em estudo do Google Maps como a segunda linha mais congestionada do mundo (das 06h às 10h). Ao mesmo tempo, novas práticas como utilização de ciclovias com bicicletas e patinetes tem agregado à discussão. Sendo assim, na ciclovia da Faria Lima, em São Paulo, por exemplo, uma média de 6 mil viagens são registradas diariamente.
No Brasil, apesar da Constituição Federal assegurar que todo cidadão tem o direito à mobilidade urbana eficiente, os brasileiros ainda enfrentam desafios diariamente que estimulam cada vez mais a discussão de como caminhar de fato rumo a uma cidade inteligente.
MOBILIDADE URBANA
O que significa mobilidade e acessibilidade urbana no Brasil para você?
É a disponibilização de diferentes tipos de veículos para o cidadão ter poder de escolha?
A eficiência dos modais?
Será a possibilidade de interconexão entre os pontos mais distantes de um local?
Acessível a todos? É ter qualidade? É uma junção de tudo isso?
Atualmente, os três principais modais relacionados à mensagem de mobilidade são o uso de carros, bicicletas e ônibus.
No trânsito de carros, o sentimento negativo é o mais volumoso. Tal percepção é impactada, principalmente, por mensagens que ponderam sobre fluxo de veículos, volume total da frota, conforto, condições das estradas, sinalização e segurança.
Por sua vez, as bicicletas trazem a renovação. Em síntese com a facilidade dos aplicativos, com o apelo sustentável de cuidado com o meio ambiente e com os benefícios para a saúde dos usuários.
Em paralelo às experiências e comentários da população, perfis de políticos se apoiam na divulgação de projetos de leis, ideias e medidas relacionadas a todo ecossistema de locomoção. Assim sendo, Flávio Dino, governador do Maranhão; Tarcisio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura; Rui Costa, governador da Bahia; Caio França, deputado estadual de SP são exemplos.
TRÂNSITO
Sinônimo de caos, confusão, estresse, o horário em que são encontradas mais menções ao termo trânsito é às 18h.
Sexta-feira, o dia da semana principal.
Por isso, divulgação de notícias e situações em todo o mundo, boletins de trânsito por todo o país, comentários de usuários, intervenções educativas e os famigerados memes são os principais tópicos.
ACESSIBILIDADE URBANA NO BRASIL
Mais de 40 milhões de perfis foram impactados por conteúdos que discutem de que forma a acessibilidade tem sido retratada na locomoção de portadores de deficiência.
Dessa forma, das principais narrativas relacionadas à acessibilidade está a experiência dos deficientes visuais no transporte coletivo público – metrô e ônibus. Então, comentários pontuais e experiências únicas tomam destaque ao gerar empatia e reverberar histórias de superação e sensibilidade.
Sempre qualificada como “democrática e acessível a todos”, reforço também para as dificuldades de deficientes em se apropriar na prática das ciclovias e caminhar com patinetes pelas cidades. Em outras palavras, sinalização, segurança, condições físicas do asfalto, uso de equipamentos e integração com outros modais se tornam empecilhos.
CARROS AUTÔNOMOS
Se a experiência com os carros atuais tem sido comprometida, gerando uma mudança de comportamento dos cidadãos, a possibilidade de um veículo que se dirige sozinho traz debates comparativos.
De que forma se assemelham ou não com as atuais experiências?
Com efeito, se hoje existem pessoas que optam por não dirigir por falta de habilidade ou medo, se hoje o motorista da rodada fica sem ingerir bebidas alcóolicas durante o evento para poder dirigir, a ideia de um carro autônomo agrada a muitos.
Porém, do outro lado da moeda, estão questionamentos a respeito da segurança e vulnerabilidade do transporte. Ademais, temos o possível impacto na taxa de emprego mundial, dos custos de compra e de manutenção, do processo de habilitação para condução, da proteção de dados pessoais e aumento da vigilância, da responsabilidade civil em caso de acidentes, de uma possível adaptação das leis de trânsito, entre outros.
Por enquanto, os mercados estrangeiros mostram-se mais próximos e dispostos a investir neste tipo de tecnologia. Assim, a Tesla anunciou o desenvolvimento de um sistema inovador de leitura do cérebro que poderia ser usado no desenvolvimento de carros autônomos. Por sua vez, a Mercedes-Benz e a Bosch conseguiram aprovação na Alemanha para operar um veículo autônomo em serviço de manobrista sem motorista. Por fim, temos até mesmo boatos sobre a Apple reviver seu projeto de carro autônomo com a vinda de um ex-executivo da Tesla.
No Brasil, em contrapartida, pesquisa feita pela 3M, em parceria com a Ipsos, revelou que 52% dos entrevistados optariam por um carro comum em vez de um autônomo. Tanto que, no último mês, foram identificadas menos de 800 citações ao assunto. A inteligência artificial neste segmento, por enquanto, ainda enfrenta aqui fortes opositores.
CARROS ELÉTRICOS
Enquanto isso, os novos carros elétricos têm recebido mais atenção do público: no último mês, o volume de menções foi três vezes maior quando comparado com os autônomos, por exemplo.
O apelo ambiental deste modelo é o ponto mais reforçado. Alguns defendem que é a “morte” dos modelos de motor à combustão, mas as baterias ainda são o calcanhar de Aquiles destes modelos, seja pelo custo, autonomia, vida útil, processo de reciclagem ou até mesmo taxas de poluição durante a produção.
Enquanto, na indústria automotiva, destaque para o modelo Nissan Leaf, novo carro elétrico da marca japonesa; para parceria entre Fernando de Noronha com a marca Renault e o novo modelo Zoe; para o Toyota Mirai movido a células de hidrogênio. E nas competições estudantis, para alunos da USP criaram um modelo capaz de cruzar o país com apenas R$5,00.
Em conclusão, a acessibilidade urbana no Brasil é um tema que ainda precisa ser muito discutido a fim de se implementar melhorias para todos!